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Pré-Sal
E OBAMA ENTRA NA FILA...
O diretor de abastecimento da Petrobras, em entrevista à FSP, de quinta feira passada, (17/3/11), deixou claro que a Empresa não fez acordo formal de suprimento com os americanos, mas disse que os EUA são “mercado natural” para o petróleo brasileiro, graças a competitividade devido ao frete, que é mais barato do que para outros grandes mercados de exportação da estatal como o indiano e o chinês.
Acontece que os chineses chegaram na frente, dando um xeque-mate, portanto, não é devido à sorte que eles avançam para posição de primeira nação do planeta. Em 2009, os chineses acordaram com a empresa (Petrobras) um empréstimo de US$ 10 bilhões de seu banco de fomento em troca de garantia de suprimento de óleo do pré-sal no longo prazo, numa modalidade inédita de financiamento adotada pela Petrobrás.
Atualmente, 50 % do total exportado em 2010 foi destinado aos EUA, principal mercado. Em 2010, o Brasil exportou US$ 4,1 bilhões aos EUA em petróleo e toda a cadeia de derivados. Importou US$ 4,7 bilhões.
É difícil acreditar, mas a Petrobras busca no exterior óleo leve e vende o petróleo pesado, pois as refinarias brasileiros são antigas e adaptadas ao óleo importado.
Parece que os EUA agora precisam de paciência, e esperar ( ou abrir logo o jogo ) até o ano de 2019 , quando o aumento da produção e o pré-sal geram excedentes para exportação, agüentando o tranco da sua dependência do óleo dos países árabes e do Oriente Médio, em plena turbulência política, que resultam em guerras.
Em 2019, a expectativa do governo – baseada em dados da Petrobras – é que haverá excedente de 2,2 bilhões de barris/dia para exportação – volume superior à produção atual, de 2 bilhões de barris/dia.
A paranóia e a obsessão da diplomacia brasileira em ter um assento na Conselho de Segurança da ONU está se transformando em pedra no caminho das nossas relações comerciais com EUA e outros países do mundo, envolvendo-o como moeda de troca nessas negociações, pelo menos é a impressão que deixa. Devemos reconhecer que, neste caso Obama está certo. A India tem mais cacife e experiência histórica a seu favor do que nós.
Desde os seus primórdios, o Brasil sofre a maldição da economia reflexa , a reboque do avanço técnico científicos de outras partes do mundo ocorridos nos últimos cinco séculos. Precisamos mudar, tal como um orçamento de desenvolvimento – Estado e sociedade - que abranja uma ou duas gerações. E se continuarmos nesse ritmo – na sina secular de produtor de commodities - isso significa que, quando chegarmos ao estágio de fornecedores de insumos industriais de ponta, como os japoneses ou americanos atualmente, ou eles já estarão longe em Marte ou já substituíram totalmente o petróleo por energia limpa.
Óleo do Brasil |
Hoje (17/3/11) |
Projeção para 2019 |
Produção |
2 milhões barris/dia |
5,1 milhões barris/dia |
Capacidade de refino |
2 milhões barris |
3,3 milhões de barris |
Exportação(*) |
0,5 milhões barris/dia |
2,2 milhões de barris/dia |
Fonte: FSP, 17/03/11, p. B9.
(*) 50 % do total exportado em 2010 foi destinado aos EUA, principal mercado. O frete é mais barato do que para outros grandes mercados de exportação da estatal, como o chinês e o indiano.
Atualmente, o Brasil é auto suficiente na produção do petróleo. Ou seja, produz em óleo bruto o mesmo volume do consumo de derivados de petróleo (combustíveis e outros). Tem excedentes em alguns produtos como gasolina e óleo combustível e importa outros como diesel e querosene de aviação.