Cluster Economia Marítima(II)

Cluster Economia Marítima(II)

 

Com  perspectiva do fim dos subsídios fiscais e royalties, o Estado precisa voltar-se incontinente e  a esse   processo sem volta (CLUSTER ECONOMIA MARÍTIMA), que  se deslancha em decorrência do “cluster do pré-sal”, no qual se concentra  somente nas competências empresariais e da volatilidade do mercado para se impor, via grandes empresas.  Este apresenta   alta escala de produção e com   “caraterísticas  singulares”: águas profundas, locais remotos,  contaminantes  na produção dos fluídos, alto conteúdo de gás,etc” ( Normal Gal, “Tecnologia e logística em águas profundas”, O Estado de São Paulo,  (27/2/11, p. B6).   

No caso de Aracruz, à  medida que  tais  empreendimentos  se  implementam o se implantando em sua orla marítima, ele  vai escapando de sua sina de deserto verde.  Esse jargão atribuídos pelos  ambientalista e organizações internacionais do setor, ainda nos anos 70, os quais durante anos, fomentaram  uma  polêmica relativa  em torno  da capacidade do eucalipto  absorver ou não  mananciais de água onde é plantado. Um tema que chegou até mexer com os escritores e  poetas locais. 

O município com área territorial de 1.398   km2, segundo o IBGE,  praticamente é uma imensa floresta de eucalipto, possui mais de 300 mil hectares plantados. Dali,essa massa verde de expandiu pelo Norte do Estado até o Sul da Bahia.

A idéia dos estragos ambientais  ainda deixa muita gente em dúvida até hoje, mesmo que eles ainda não sejam visíveis.  A    Natureza emitirá a fatura de cobrança do preço por esse desconhecimento ou desprezo.

Veja-se, por exemplo, o que passa  economia florestal do  Canadá. Um besouro ( “dendroctonus ponderosae” ),  de menos de um centímetro vem causando enormes prejuízos comerciais, ambientais e bem-estar de várias comunidades da região. Cerca de  65% da madeira comercial da Britsh Columbia estará infestada  até 2016. Nem mesmo o seu predador natural – o simpático pica-pau já não dá mais  conta do recado sozinho.  Cerca de 16,3 milhões de  hectares  já foram atingidos. Assim, em pouco menos de uma década já infestou   675 milhões de metros cúbicos de madeira, em províncias que tem exploração florestal um dos pilares da economia( ( Valor Econômico, caderno EU & Fim de Semana, 6/3/11, pgs 10-11). O fato concreto é que as mudanças no ecossistema – clima - , com desequilíbrio da floresta, causou a proliferação do pequenino inseto.  

Com   produção de celulose com o menor custo de produção do mundo, quando os preços dispararam no mercado internacional, a organização enche a  burra  de dólares.    Desde 2008, o empreendimento  é  denominado FÍBRIA, sob o comando do Safra, do grupo Votorantin e do BNDES, que retomou ao negócio, embora com menor participação,para minimizar a crise econômica  de 2008, na qual a  qual a empresa apresentou perdas  com aplicação em derivativos cambiais, o que resultou em resultados negativos por três trimestres seguidos.     

O projeto é   hoje responsável por 30% da oferta mundial de celulose. Além do custo operacional baixo, o projeto consta ainda de um porto próprio ,a poucos metros da   fábrica, para exportar seu principal produto, tornando-o  ainda mais competitivo.

Durante décadas  vem gerando empregos diretos e indiretos em toda região do seu entorno, criou opções de negócios com dezenas de  fornecedores, tanto de  produtos como de  serviços.

 A IMETAME , de Aracruz,  é um deles ,  que se incorpora  do cluster de economia marítima local, há  30 anos presta serviços de manutenção à indústria de celulose. Tal  experiência fez dela executora  atividades em projetos semelhantes em outros  Estados; atua também no setor  manutenção em navios e plataformas,  atualmente em operação no município de  Macaé (RJ); portanto, a longo prazo   ganhou escala e fôlego econômico para dar  seus primeiros passos como capitalista de vulto.

 

Local das instalações e  terminal da Imetame (à direita), ficará próximo do estaleiro Jurong, mais adiante, que por sua vez, próximo ao Portocel  (Fibria e Petrobrás), ao fundo.

O  Terminal Industrial que a empresa pretende construir ocupará uma área própria de 354 mil metros quadrados integrada ao litoral (até a Praia dos Hospedes) , prevendo-se  investimentos na ordem de R$ 260 milhões, é também, uma estratégia de concentração de atividades num único local.

A  inauguração ocorrerá  no segundo semestre de 2012, de acordo com a liberação das licenças ambientais. Trata-se de um terminal portuário de multiuso, que prevê a fabricação de equipamentos para uso na indústria marítima e na cadeia de pretróleo e gás, com módulos de plataformas.

O município continuar contando com a  sorte é um risco, se não há um plano com cenários estratégicos.